terça-feira, agosto 15, 2006

POR QUE A REGIÃO DE ITAPEVA FICOU PARA TRÁS

Entenda os motivos do atraso do Sul Paulista nesta breve história econômica do Estado de São Paulo (fonte Wikipédia).

O café foi a grande alavanca de São Paulo.

EXPLORAÇÃO E OCUPAÇÃO DE SÃO PAULO

No início do século XVI o litoral paulista é visitado por navegadores portugueses e espanhóis, mas somente em 1532 se dá a fundação da primeira povoação, São Vicente na Baixada Santista.

PROCURA POR METAIS PRECIOSOS

A procura de metais preciosos levou os portugueses a ultrapassarem a Serra do Mar, pelo antigo caminho indígena do Peabiru e em 1554, é fundada a vila de São Paulo de Piratininga.

Desde os primeiros tempos da colonização eram constantes as arremetidas, num bandeirismo defensivo que visava a garantir a expansão paulista do século XVII. Este seria o grande século das bandeiras, aquele em que se iniciaria o bandeirismo ofensivo propriamente dito.

OURO E DECADÊNCIA

No final do século XVII, bandeirantes paulistas descobrem ouro na região do Rio das Mortes, nas proximidades da atual São João del Rei.

A descoberta das imensas jazidas de ouro provoca uma corrida em direção às Minas Gerais, como eram chamadas na época os inúmeros depósitos de ouro por exploradores advindos tanto de São Paulo quanto de outras partes da colônia.

Como descobridores das minas, os paulistas demandavam exclusividade na exploração do ouro, porém foram vencidos em 1710 com o fim da Guerra dos Emboabas, perdendo o controle das Minas Gerais. O ouro extraído de Minas Gerais seria escoado via Rio de Janeiro.

O êxodo em direção às Minas Gerais provocou a decadência econômica na Capitania, e ao longo do século XVIII esta foi perdendo território e dinamismo econômico até ser simplesmente anexada em 1748 à Capitania do Rio de Janeiro.

O ACÚCAR

Em 1765 é reinstituída a Capitania de São Paulo e este promove uma política de incentivo à produção de açúcar para garantir o sustento da capitania. A capitania é restaurada entretanto com cerca de um terço de seu território original, compreendendo apenas os atuais Estados de São Paulo e Paraná.

São fundados no leste paulista, as vilas de Campinas, Itu e Piracicaba, onde logo a cana-de-açúcar desenvolve-se. O açúcar é exportado pelo porto de Santos e atinge seu auge no início do século XIX.

O CAFÉ

Já em 1817 é fundada a primeira fazenda de café de São Paulo, no vale do Paraíba.

Após a Independência (1822) o cultivo de café ganha força nas terras do Vale do Paraíba, enriquecendo rapidamente cidades como Guaratinguetá, Bananal, Lorena e Pindamonhangaba.

O Vale enriquece-se rapidamente, porém o restante da Província continua dependente da cana-de-açúcar e do comércio que vai se estabelecendo na cidade de São Paulo.

Entretanto, a exaustão dos solos do Vale do Paraíba e as crescentes dificuldades impostas ao regime escravocrata levam a uma decadência no cultivo do café a partir de 1860 naquela região.

O cultivo do café migra em direção ao Oeste Paulista, adentrando primeiramente na região de Campinas e Itu, substituindo o cultivo da cana-de-açúcar realizado até então.

A migração do café rumo ao oeste provoca grandes mudanças econômicas e sociais na Província. A proibição do Tráfico negreiro em 1850 leva à necessidade de busca de nova forma de mão-de-obra para os novos cultivos. A imigração de europeus passa a ser incentivada pelo governo.

O escoamento dos grãos passa a ser feito pelo porto de Santos, o que leva a fundação da primeira ferrovia paulista, a São Paulo Railway, ligando Santos à Jundiaí, passando por São Paulo, que começa a se transformar em importante entreposto comercial entre o litoral e o interior cafeeiro.

O café vai adentrando paulatinamente o oeste paulista, passando por Campinas, Rio Claro, Porto Ferreira e em 1870 este encontra a área de maior propício ao seu cultivo, as férteis terras roxas do nordeste paulista, próximas de Ribeirão Preto, onde surgirão as maiores e mais produtivas fazendas de café do mundo.

Atrás de novas terras para o café, exploradores adentram o até então desconhecido quadrilátero compreendido entre a Serra de Botucatu e os rios Paraná, Tietê e Paranapanema, onde fundarão cidades como Bauru, Marília, Araçatuba e Presidente Prudente no final do século XIX e início do século XX.

O enriquecimento provocado pelo café e a constante chegada de imigrantes italianos, portugueses, espanhóis, japoneses e árabes à Província, além do desenvolvimento de uma grande rede férrea, trazem prosperidade a São Paulo.

As divisas atuais paulistas são fixadas com a emancipação do Paraná em 1853.

ITAPEVA E VALE DO RIBEIRA FICAM PARA TRÁS

O sul paulista - Vale do Ribeira e região de Itapeva - não atraem o cultivo do café e sofrem com litígios de divisa entre São Paulo e Paraná, sendo portanto postas à margem do desenvolvimento do resto da província, tornando-se, até nossos dias, as regiões mais pobres do território paulista. Leia mais na Wikipédia(aqui).